É possível elogiar no trabalho sem ser “bajulador”

Em uma excelente reportagem a revista Exame traz um assunto bem polêmico, como elogiar sem parecer um puxa saco.

Acompanhe parte da reportagem.
Executivo piscando o olho

Executivo piscando o olho: existe uma fronteira delicada entre o que é um elogio sincero e o que é uma bajulação

São Paulo – Nos jogos políticos que acontecem todos os dias no trabalho, ninguém quer ser visto como puxa-saco, embora elogios e reconhecimentos sejam trocados a todo tempo. o bajulador, pessoa que tece elogios interessados e desprovidos de sinceridade, é visto da pior maneira possível.

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A ciência, porém, mostra que, fantasiada de elogio, a bajulação funciona muito bem nas empresas e ajuda seus autores a progredir na carreira.

Uma das últimas pesquisas relacionadas ao tema, feita no ano passado por ithai stern, da Kellogg school of Management, e por James Westphal, da Universidade de Michigan, ambos dos Estados Unidos, oferece mais dados à discussão. os dois professores entrevistaram 42 presidentes de companhias americanas para descobrir quais táticas de elogios são vistas, pela alta liderança, como influência positiva (e não como manipulação pura) e conseguiram mapear sete estratégias de amabilidades mais bem-aceitas (veja quadro Malícias Discretas).

Os pesquisadores também descobriram que os presidentes olham positivamente os funcionários que possuem a habilidade de elogiar sem exagerar e que esses profissionais são mais promovidos e mais disputados por concorrentes.

A ciência também identificou que a bajulação nem sempre é mal-intencionada. segundo uma análise feita por steven H. Appelbaum, professor da Concordia University, de Montreal, no Canadá, sobre 36 estudos relacionados à adulação estratégica, o comportamento puxa-saco pode ser espontâneo ou premeditado, pode ser sincero ou não.

Mas, a despeito da intenção, o elogio funciona porque encontra na outra pessoa uma espécie de disposição para ser agradada, que, por sua vez, produz um desejo de retribuir. Nos estudos de comportamento, escreve Appelbaum, isso se chama “reciprocidade social”. simplificando, o profissional elogia o chefe, o chefe retribui com uma promoção.

De acordo com os pesquisadores, a habilidade de bajular sem ser notado é mais desenvolvida em profissionais de áreas como vendas, marketing e direito, e mais difícil de ser encontrada entre engenheiros. Trata-se de uma questão de hábito: em algumas funções, a bajulação elegante faz parte do trabalho e, ao praticá-la cotidianamente, a pessoa acaba pegando o jeito.

Fonte: Exame